PERDENDO O DIA DA VISITAÇÃO (Por: Richard Owen Roberts - Traduzido por: Martins Pessôa Regis Júnior)
O texto a seguir
foi adaptado de uma mensagem ministrada na Conferência “Heart-Cry for Revival”
(Clamor do Coração por Avivamento) em abril de 2006, na Carolina do Norte, EUA.
É a quarta numa série de mensagens sobre o assunto de visitações divinas.
INTRODUÇÃO:
Temos tratado do
importante assunto de estarmos preparados para as visitações divinas. Os
profetas do Velho Testamento e João Batista, antes da vinda de Cristo, nos
oferecem uma compreensão a respeito do que fazer para se preparar para os
tremendos momentos da história quando Deus visita o seu povo.
Nós não podemos
programar ou determinar uma visita do Deus Todo-Poderoso. Entretanto, é
possível estar vivo e presente quando Deus vem e deixar fugir totalmente a
oportunidade. É uma tragédia quando Deus visita o Seu povo e só alguns O
reconhecem ou aceitam! Você não precisa conhecer bem a história da igreja para
saber que, no passado, muitos perdiam o dia da visitação do Senhor quando
chegava.
Há uma passagem
de cortar o coração exatamente sobre esse tipo de situação em Lucas 19.41-44
(texto abaixo extraído da Bíblia Judaica Completa (Ed. Vida, 2015):
Quando Yaohushua chegou mais perto e
pôde ver a cidade, chorou por causa dela, dizendo:
– Hoje, se você apenas soubesse o que
é necessário para a shalom! Mas agora isso lhe foi ocultado. Virão dias em que
seus inimigos construirão barricadas contra você, a rodearão e a cercarão de
todos os lados. E a lançarão por terra, com você e seus filhos dentro dos
muros, sem deixar pedra sobre pedra, e tudo porque você não reconheceu a
oportunidade que Deus lhe concedeu!
Talvez você não
se sinta tocado por essas palavras, porque foram dirigidas a um grupo de
pessoas conhecidas como fariseus, escribas e principais dos sacerdotes.
Todos sabem que eles rejeitaram Jesus. Geralmente, pensamos que nada têm a ver conosco!
Entretanto, devemos lembrar que formavam um grupo significativo de pessoas que
tinham uma porção de convicções e preocupações religiosas, pessoas que pensavam
honestamente que estavam em dia com Deus e prontas para qualquer coisa que Deus
lhes mandasse. A despeito de tudo isso, elas perderam a maior e mais importante
visitação de Deus em toda a história!
Não seria tolo
supor que nós somos tão diferentes deles a ponto de não estarmos em
perigo algum de perder a nossa hora de visitação? E como seria trágico
se você recebesse a visitação, mas outros que você ama e por quem é
responsável perdessem a vinda do Senhor, num avivamento, ou numa ocasião
especial em que Deus viesse para o Seu povo!
A fim de entender
o contexto da passagem acima, vá até o começo de Lucas 19 e veja as outras
coisas que aconteceram antes e depois daquelas palavras de Jesus. Primeiro,
vemos a história de Zaqueu (vv.1-10).
No meio do
encontro entre ele e Jesus, no versículo 7, vemos o protesto de
certos líderes pelo fato de que Cristo estava se associando com alguém tão
abominável como Zaqueu e os outros coletores de impostos – tidos como os piores
pecadores. Segue-se a parábola do nobre e do seu dinheiro (vv. 11-27), que é
muito relevante porque é uma de várias que Jesus dirigiu exatamente a essas
pessoas que estavam perdendo a sua divina visita. Nos versículos 28 a 40, no
meio da entrada triunfal em Jerusalém, temos outra vez a reação de escárnio e
reprovação dos mesmos líderes religiosos.
Nos versículos 45
e 46, logo depois da passagem que citamos acima, temos a segunda purificação do
templo. Quanto proveito trouxe? Parece que não teve um impacto maior do que a
primeira. No início do Seu ministério, Jesus expulsou os comerciantes do templo
e saíram por uma porta, mas voltaram correndo pela outra. Não é trágico quando
Deus, na sua inacreditável misericórdia, nos traz algum tipo de justo
julgamento, como nessa ocasião da purificação do templo, e há multidões que não
veem significado algum nisso, não são transformadas e insistem em permanecer no
seu erro? Agora, Jesus tornou a expulsar os comerciantes do templo, e, mesmo
assim, as pessoas continuaram não dando ouvidos.
No fim do
capítulo, nos versículos 47 e 48, lemos a respeito da determinação dos líderes
religiosos de matar este homem que lhes trouxera a maior de todas as bênçãos –
a própria pessoa de Deus no meio deles – mas que não quiseram receber.
Julgamento Pronunciado:
Examinemos as
afirmações feitas no nosso texto, Lucas 19.41-44. No verso 41, nosso Senhor
aproxima-se da cidade e chora sobre ela. O que você acha que aconteceria se Ele
chegasse perto da sua cidade? Haveria alguma outra coisa a fazer – a não
ser chorar sobre ela? E se Ele chegasse perto da sua igreja? Não teria
também que chorar lágrimas amargas? Por qual motivo? A resposta está no verso
42:
“Hoje, se você apenas soubesse o que é necessário para a shalom! Mas
agora isso lhe foi ocultado”.
Aqui está realmente
o ponto central do perigo: que Deus venha esconder ou encobrir dos nossos olhos
a Sua visitação. Por que Deus faria tal coisa? Precisamos entender, senão
podemos repetir a mesma história. Veja as consequências trágicas:
“Virão dias em que seus inimigos construirão barricadas contra você,
a rodearão e a cercarão de todos os lados”;
“E a lançarão por terra, com você e seus filhos dentro dos muros,
sem deixar pedra sobre pedra, e tudo porque você não reconheceu a oportunidade
que Deus lhe concedeu”.
Isso ocorreu
literalmente no ano 70 A.D. Jerusalém foi rodeada por inimigos, cercada por
todos os lados. A cidade foi arrasada, o povo massacrado, e até aquelas mães
com crianças pequenas e aquelas que estavam grávidas foram todas tragicamente
mortas! Não sobrou pedra sobre pedra, de acordo com Jesus, porque eles não
reconheceram o seu dia de visitação.
Você já deve
saber alguma coisa sobre a diferença entre julgamento redentor (visando
arrependimento e restauração) e julgamento final. Neste texto de Lucas 19, está
muito claro que o julgamento a que se refere é um julgamento final, pois não há
mais esperança, não há mais qualquer possibilidade para arrependimento.
Tiveram sua
oportunidade e recusaram a se curvar, e, por isso, o que temos nessa passagem
não é uma chamada ao arrependimento, mas um anúncio de juízo final. Deus ainda
não pronunciou esse tipo de juízo final para os nossos países ou à nossa
geração. Ainda podemos esperar que Deus, em Sua imensa e inconcebível graça,
venha nos visitar em misericórdia.
Contudo, eu peço
a você, meu leitor: não perca, não desperdice o dia da Sua visitação, quando Ele
chegar! Nós não sabemos quanto tempo ainda temos antes da chegada de outro tipo
de visitação, o Dia do Juízo.
Por Que Perderam a Visitação Deles?
Precisamos voltar
um pouco, agora, e tentar descobrir como aqueles líderes religiosos chegaram a
esse ponto de perder a visitação divina.
Você se lembra
que no tempo do nascimento de Jesus, quando os magos do oriente vieram e
perguntaram a Herodes acerca do lugar do Seu nascimento, esse mesmo grupo de
sacerdotes e escribas foi chamado à sua presença para descobrir a resposta
(Mateus 2.1-6).
Pode muito bem
ser que o ciúme e as maquinações contra Jesus tenham começado exatamente nesse
ponto.
Para João Batista
o problema era óbvio. Ouçam estas palavras de Mateus 3.7-8:
“Vendo ele,
porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: ‘Raça de
víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?’”.
Há uma nota muito
importante em Lucas 7.30:
“Mas os fariseus e os intérpretes da lei rejeitaram, quanto a si
mesmos, o desígnio de Deus, não tendo sido batizados por ele [João Batista]”.
Como se pode ver, eles começaram a
perder a sua visitação antes mesmo de Jesus entrar em cena pessoalmente.
Você já
considerou a relação do Sermão do Monte com aqueles escribas, fariseus e
saduceus, hipócritas? Na maioria das suas instruções e ensinos aos discípulos,
Jesus lhes mostrava a diferença entre a verdadeira retidão e a retidão que viam
nos seus líderes (Mateus 5.20). Numa série de comparações, todas tratando com o
ponto de vista e os conceitos desses fariseus e saduceus, Jesus repete:
“Ouvistes que foi dito… Eu, porém, vos digo…” (Mateus 5.21-48).
Em Mateus 6, há uma outra série de afirmações em que o ponto
central é:
“Tenham o cuidado
de não praticar suas ‘obras de justiça’ diante dos outros para serem vistos por
eles…” (NVI).
Essa é uma afirmação sumária que
descreve os corações daqueles homens. Eles praticavam a sua justiça (doação de
esmolas, oração, perdão, jejum) para serem vistos pelos homens.
Existe um perigo
de que você tenha praticado atos
piedosos diante dos homens para ser visto por eles? Ouso pensar que se os
registros fossem abertos, seria revelado que grande parte do que fazemos é para
sermos vistos pelos homens…
Veja como quase
todo o Sermão da Montanha tinha uma aplicação imediata para esses indivíduos
que não estavam preparados para o seu dia de visitação.
Em Mateus 11.25,
Jesus louvou o seu Pai por ter escondido essas coisas dos sábios e inteligentes
e as ter revelado aos pequeninos. Quem eram os sábios e inteligentes? Você tem
alguma dúvida? Mas voltemos o holofote para nós mesmos outra vez. Talvez, de
alguma maneira, você tenha se enganado pelo seu próprio brilhantismo.
Talvez tenha posto mais confiança nos seus conhecimentos e habilidades do que
merecem. Quantas vezes aqueles que não significam nada aos olhos do mundo são
os que compreendem primeiro as coisas pertinentes à visitação divina!
Como Eram os Fariseus?
No evangelho de
Mateus, há um capítulo inteiro dedicado a essas pessoas. Logo no começo, Jesus
sintetiza a posição delas da seguinte forma:
“Na cadeira de
Moisés se assentaram os escribas e os fariseus…” (Mt. 23.2).
Foram eles que
tomaram aquela posição para si mesmos.
E o lugar que você ocupa – foi você que lutou, cobiçou
e se esforçou para alcançá-lo? Sei de muitas pessoas que conseguiram subir à
proeminência – porém, ao longo de toda sua trajetória, quantos foram derrubados
para que pudessem chegar lá! E não são apenas alguns poucos inescrupulosos que
têm a capacidade de agir assim. Há muita gente que se assenta na cadeira de
Moisés. Leve isso em consideração com muita oração. Certamente merece.
Depois, continua
no versículo 3:
“Obedeçam-lhes e
façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não
praticam o que pregam” (NVI).
Não devo examinar
o meu coração com toda a sinceridade, para ver se existem coisas que
estou pedindo que outros façam, mas que eu mesmo não faço (I Coríntios 11.28)?
Não existe aí um
grande perigo para cada pregador, cada professor e também pais e cuidadores (tutores e curadores), de que passem instruções e
ordens à sua congregação ou classe que eles mesmos não têm interesse algum em
praticar? Você faz tudo o que ensina os outros a fazerem?
No versículo 4,
nosso Senhor diz:
“Atam fardos
pesados e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto eles mesmos nem com o
dedo querem movê-los”.
Será que nós
também estamos empilhando cargas sobre as pessoas que elas não aguentam mais
carregar? Enquanto isso, nós estamos tão desligados de Deus e do Seu propósito
que não dispomos um só dedo para ajudar.
Mas o nosso
Senhor não para aí. Note o que diz a seguir:
“…tudo o que
fazem é para serem vistos pelos homens….” (v.5, NVI).
Das minhas ações,
da minha imagem – quanto é resultado do meu desejo de ser notado pelos outros?
Muitos à nossa volta vivem mais para os louvores dos homens do que para os
louvores de Deus. Não creio que haja alguém que seja automaticamente imune a
tal conduta. É muito fácil cair nisso.
Esses dias, perguntei
a um irmão:
“O que é que Deus teve que fazer para
endurecer o coração de Faraó?”
E a resposta foi:
“Nada, absolutamente nada”.
É somente a graça
de Deus operando em nós que mantém os nossos corações sensíveis e quebrantados.
Basta que nos desliguemos por pouco tempo do nosso Salvador e o coração começa
a endurecer; logo esses atos abomináveis começam a manifestarem-se, tais como participar
de ações piedosas a fim de sermos vistos pelos homens.
Observe agora o
versículo 6:
“Eles gostam do
lugar de honra nos banquetes…”.
Não concebiam a
ideia de ocuparem um lugar mais escondido. Amavam “os assentos mais
importantes nas sinagogas”, as “saudações nas praças” e a honra de “serem
chamados mestres” pelos
homens. Qual desses exemplos acerta mais o seu ponto vulnerável? Em qualquer
nível em que nos alinharmos com esses escribas e fariseus, hipócritas, estamos
em grande perigo de perdermos, como eles, o nosso tempo de visitação.
Logo em seguida,
Jesus se voltou diretamente para seus discípulos (nós):
- “Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos” (Mt 23.8-12).
Sempre fico
chocado quando alguém vem e se apresenta, dizendo: “Sou o Reverendo Fulano” (as Redes Sociais que os digam…). Você não
percebe como é ridículo você mesmo se chamar de Reverendo ou de qualquer outro título? Você pode imaginar um juiz
se apresentando assim: “Eu sou o Meritíssimo
Silva”? São títulos, palavras
descritivas que nos são conferidas por outras pessoas. Você pode
apresentar alguém e explicar que é um doutor ou advogado. Porém, aplicar o
título a si mesmo é exaltação própria.
Esses fariseus
adoravam os seus títulos. E você? Eu não estou falando contra o uso legítimo de
termos legítimos, mas o ego pode estar envolvido quando você não consegue ser
simplesmente você, quando exige algo mais. Aqueles homens de quem Jesus falava
amavam títulos e o Senhor está advertindo, com muita severidade, para que não
sejamos apanhados nessa mesma armadilha traiçoeira.
Um é o seu
Mestre, todos os outros são seus irmãos. Pode ser que tenhamos de nos
arrepender seriamente nesta área. É com o coração por trás do uso de títulos
que Deus quer tratar, com essa necessidade de aclamação e afirmação.
Os “Ais” Contra os Fariseus
A partir do
versículo 13, Jesus pronunciou vários “ais”
contra os fariseus.
“Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino dos céus diante dos
homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando.”
Assim como
naquela época, há homens no ministério hoje que estão barrando a entrada para o
Reino de Deus. Fazem isso em parte por pregar uma coisa e viver outra. Nenhum
hipócrita jamais conseguiu ajudar outrem a encontrar o Senhor. Em parte,
também, o fazem através de falsas doutrinas ou, então, por legalismo. Há muitas
maneiras em que isso pode acontecer, mas cada um de nós deve cuidadosamente
indagar diante do Senhor:
“Estou eu,
de alguma maneira, fechando o reino de Deus e impedindo outros de entrarem?”.
“Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um
prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que
vós!” (Mt 23.15).
Nós estamos
vivendo numa época de imoralidade epidêmica entre o clero. Algumas das pessoas
mais operosas no ministério viajam pelo mundo e cruzam os mares, fazendo
milhares de convertidos, porém tornando-os piores do que eles mesmos, porque a
sua conduta pessoal contradiz inteiramente seu testemunho e ministério.
Não há uma única
pessoa no ministério que não tenha a capacidade de causar danos incríveis
àqueles que tanto desejam ajudar. Através dos anos, ainda que os números não
sejam muito impressionantes, algumas pessoas foram ajudadas pela graça de Deus
na minha vida.
Quase que
diariamente, porém, procuro me lembrar do seguinte: se eu caísse, o que
aconteceria com essas pessoas? Se eu me alinhasse com os escribas e fariseus,
hipócritas, e ensinasse uma coisa enquanto vivesse outra? Não creio que
qualquer homem ou mulher de Deus possa evitar um assunto tão grave como este.
Precisamos andar
com o Senhor. Quanto tempo é necessário para endurecer o nosso coração? Acho
que 24 horas podem dar um bom início ao processo, e uma semana de negligência
da santidade, da Palavra e da oração pode deixar um homem em extremo perigo de
cair. Só porque não somos tão semelhantes àqueles escribas e fariseus,
hipócritas, não significa que não estejamos andando na mesma direção. Passar
para o lado deles é muito mais fácil do que imaginamos.
“Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato,
mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!” (v. 25).
É possível fazer
um belo trabalho de limpar o exterior, deixando você com aparência de cristão
brilhante e vitorioso, enquanto, por dentro, o velho homem ainda impera. Toda a
sujeira e corrupção do pecado continuam no coração embora, por fora, você seja
uma pessoa que cause boa impressão.
Mas o problema
vai além da sua própria vida individual. Você pode estar relacionado a outros
cristãos professos que não têm apetite algum pela Palavra de Deus, que não
estão nem um pouco atentos à vontade ou à voz de Deus. Não faz parte da sua
tarefa, nesta hora, preocupar-se também com esses? Seria uma grande tristeza
você perder a visitação de Deus em sua vida, também o seria se aqueles que
amamos a perdessem.
Creio que todo
cristão deveria trazer, em seu coração, um profundo encargo para buscar
avivamento. Deveria pesar sobre nós mais do que qualquer outra coisa, porque
avivamento é Deus no meio do seu povo. Nada é mais urgente, nada é mais
maravilhoso. Cada pessoa deve carregar um peso de oração em favor daqueles que
conhece e ama – tão grande quanto o desejo de orar por si mesmo. Quando
clamamos a Deus por avivamento, não é acima de tudo para a glória dele? E ele
não vai receber muito maior glória se todos aqueles que conhecemos, e milhões e
milhões de outros depois deles, forem tocados pela mesma visitação divina?
Devemos nos
comprometer a fazer absolutamente tudo em nosso poder para que, na medida em
que Deus o permitir, as pessoas ao nosso redor não percam a sua hora de
visitação quando ela chegar. Para isso, será necessário que levemos mais a
sério a nossa pregação e o nosso ensino. Precisaremos levar mais a sério a
oração, acertar nossas próprias vidas e preparar o caminho do Senhor.
Enchendo a Medida
Veja agora uma
expressão muito séria no versículo 32:
“Acabem, pois, de
encher a medida do pecado dos seus antepassados!” (NVI).
Para cada entidade, pessoa ou nação,
que existe na Terra, Deus estabeleceu uma medida ou limite de pecado. Quando
essa medida de pecado se completa, a ira de Deus vem sobre aquela entidade em
plenitude. Confira em 1 Tessalonicenses 2.14-16, onde vemos que os judeus que
crucificaram Cristo e se empenharam para que outras pessoas não ouvissem a
mensagem dos apóstolos estavam conseguindo realmente encher a sua medida de
pecado – e trazer sobre si toda a ira de Deus. Leiamos o texto mencionado
acima:
“Porque vocês, irmãos, tornaram-se imitadores
das igrejas de Deus em Cristo Jesus que estão na Judeia. Vocês sofreram da
parte dos seus próprios conterrâneos as mesmas coisas que aquelas igrejas
sofreram da parte dos judeus, que mataram o Senhor Jesus e os profetas, e
também nos perseguiram. Eles desagradam a Deus e são hostis a todos,
esforçando-se para nos impedir que falemos aos gentios e estes sejam salvos.
Dessa forma, continuam acumulando seus pecados. Sobre eles, finalmente, veio a
ira” (NVI).
A maioria de nós
está bem longe de encarar esses assuntos com a devida seriedade. Pense nisto:
“O Deus Onipotente estabeleceu uma medida de
pecado para minha vida. Se eu encher essa medida completamente, estarei sujeito
à ira de Deus sem misericórdia”.
Como nós vimos acima,
o pronunciamento de juízo em Lucas 19.43,44 não era um apelo. Era uma
proclamação de que já era tarde demais para aqueles a quem Jesus estava
falando. Já haviam enchido sua medida de pecado. A ira de Deus estava sobre
eles ao máximo, porque não se arrependeram durante o tempo da sua visitação.
Jesus, olhando
para a construção do templo, disse:
“Eis que a vossa
casa vos ficará deserta”
(Lucas 13.35).
Foi exatamente
isso que aconteceu. Ele deixou o templo em Jerusalém para nunca mais voltar,
embora aquelas palavras fossem ditas por volta do ano 30, e o templo só fosse
destruído em 70 A.D. No período entre a sua proclamação e a destruição do
templo, os judeus continuaram com a sua religião como se Deus ainda estivesse
lá.
Da mesma forma,
todos nós precisamos enfrentar a realidade, até para nós mesmos, e certamente
para a nossa nação, de que não podemos persistir para sempre na nossa
trajetória de impiedade. Se o dia do juízo ainda não chegou, é porque a medida
de iniquidade ainda não está completa. Temos, portanto, motivo para esperança e
oportunidade para não ser desperdiçada. O dia da misericórdia ainda é nosso.
Você pode
comprometer o seu coração para não deixar escapar o dia da sua visitação, e
para empenhar-se em favor daqueles por quem é responsável, de forma que, pela
graça de Deus, eles também venham a reconhecer o dia da visitação deles? Por
favor, guarde estas palavras sobre os escribas e fariseus, hipócritas, no seu
coração, porque revelam exatamente por que eles perderam o seu tempo de visitação.
Muitos anos passam, em determinados períodos da história, sem visitação alguma.
Que Deus nos
proteja da tragédia de viver justamente no momento em que a visitação chegar –
e de não reconhecer ou aceitá-la!
Richard Owen
Roberts é autor, conferencista e estudioso de longa data de avivamentos
espirituais.
Tradução original: 14/10/2016; texto
atualizado em 24/03/2019.
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