OS PERIGOS DA FALSA RELIGIÃO:

Muitas vezes somos tomados de um exagerado zelo pelas coisas de Deus, achando que cabe a nós o dever de alertar e de punir os outros por causa de seus erros e visões distorcidas da fé e do que a Palavra de Deus ensina de fato. Na verdade, até mesmo esse zelo exagerado é fruto de uma percepção equivocada do que ensina a Palavra, como podemos perceber o que ensina o Senhor Jesus na passagem a seguir:
João 16.2: “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus”.

São muitos os exemplos, tanto bíblicos quanto históricos, que demonstram esse exacerbado apego pelo formalismo religioso e os danos que ele provoca. Antes de partirmos para os exemplos, gostaria de analisar uma passagem que vai confrontar essa discrepância:
Oseias 6.6: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”.

Aqui encontramos duas formas de vencer o zelo formal da religião:
·   Misericórdia: significa “Piedade, compaixão, sentimento despertado pela infelicidade de outrem. Perdão concedido unicamente por bondade, graça”. No caso em análise, “Misericórdia divina, atribuição de Deus que O leva a perdoar os pecados e faltas cometidos” (http://www.dicio.com.br/misericordia/);
·  Conhecimento de Deus: significa, de forma prática, conhecer os desígnios e a vontade Divina; andar e viver do mesmo modo como Ele anda e vive; agir como Ele age.

            Um conflito acaba de ser gerado entre o que Deus quer e o que o religioso de fato pratica. Quando um religioso pune, amedronta, humilha, não está agindo nem vivendo como Deus age e vive, pois essa não é a atitude dEle.
            Jesus usa este mesmo texto ao repreender os fariseus, que eram os religiosos de seu tempo, quando eles O criticaram em, pelo menos, duas situações demonstradas a seguir:
·         Mateus 9.10-13: “E sucedeu que, estando Ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e Seus discípulos. Ora, vendo isto, os fariseus perguntavam aos discípulos: ‘Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?’ Mas Jesus, ouvindo, disse: ‘Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: “Misericórdia quero, e não holocaustos”; pois não vim chamar justos, e sim pecadores [ao arrependimento]’”;
·         Mateus 12.1-7: “Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os Seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: ‘Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado’. Mas Jesus lhes disse: ‘Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: “Misericórdia quero, e não holocaustos”, não teríeis condenado inocentes. Por que o Filho do Homem é senhor do sábado’”.

            Jesus também condena a falta de misericórdia dos fariseus na ocasião a seguir:
Mateus 23.23: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!’”.

            Voltando ao Antigo Testamento, mais precisamente ao livro de Isaías, vemos o Senhor falando através de Seu profeta, condenando o jejum praticado pelo povo, por ser totalmente carregado de egoísmos e desamor:
Isaías 58.1-4: “Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a voz como a trombeta e anuncia ao meu povo a sua transgressão e à casa de Jacó, os seus pecados. Mesmo neste estado, ainda me procuram dia a dia, têm prazer em saber os meus caminhos; como povo que pratica a justiça e não deixa o direito do seu Deus, perguntam-me pelos direitos da justiça, têm prazer em se chegar a Deus, dizendo: ‘Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta?’ Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz do alto”.

            Vejam bem o que o Senhor está nos dizendo, Igreja do século XXI! Se as nossas motivações não estiverem alinhadas com a Palavra do Senhor e Sua vontade, Ele não nos ouvirá! Em outra passagem, o Senhor também fala através de Seu servo que o que impede de Ele operar em nosso favor são os nossos pecados e transgressões (Isaías 59)! O Senhor orienta o Seu povo sobre que jejum Lhe agrada de verdade:
Isaías 58.6-7: “Porventura, não é este o jejum que escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e, se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?”.

            O verdadeiro sacrifício que o Senhor quer de nós é A DEMONSTRAÇÃO DA MISERICÓRDIA! O apóstolo Tiago fala a mesma coisa, na passagem a seguir:
Tiago 1.26-27: “Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo”.

            Aprendemos, nestas poucas linhas, quais são as diferenças entre a falsa religião e a verdadeira religião: resumindo numa frase, a verdadeira religião é aquela que demonstra o amor de Deus pelo próximo, atendendo suas necessidades e carências. A falsa é aquela que visa tão somente atender nosso egoísmo e caprichos, em detrimento do próximo.

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